PROPOSTA EM UM 'LAMPEJO'

Este Blog tem por finalidade servir como um "Diário de Bordo" do Veleiro Lampejo. Passeios, viagens, velejadas, manutenções e dicas a respeito do barco, um DELTA 26 e sobre a região do Litoral Norte/SP, Paraty, Angra dos Reis, Ilha Grande e Rio de Janeiro.
Assim como no blog anterior veleirogaipava.blogspot.com.br , durante 10 anos, espero que este sirva de estímulo às pessoas que desejam entrar nesse maravilhoso mundo da Vela de Cruzeiro.
Uma ressalva: 'O ministério da Saúde adverte: velejar causa dependência!!'
BONS VENTOS!!

quinta-feira, 21 de maio de 2020

CATACUMBAS DO PAIOL





















Caros Tripulantes, ontem, 20/maio foi dia de trabalho no Lampejo. Fui 7 horas prá lá, levando água doce para o tanque (20 litros) , porca travante para a retranca e muita disposição para fazer o que precisava ser feito: entrar no paiol de popa e em meio aos fios, cano de descarga, âncoras, cabos e defensas.
De cara já substituí a porca do pino que prende a retranca. Espero não mexer nisso por muito tempo.
coloquei a água doce no tanque e fui para o paiol retirar tudo de dentro. E tinha muita coisa!! Com o paiol quase vazio, avisei em casa que se não desse notícias até o fim do dia, chamassem os Bombeiros para me tirar da Catacumba... porque se entra espremido, vai rastejando até a popa feito uma minhoca e aí tem que se virar de cabeça prá baixo prá pegar a tal da mangueirinha do chuveiro que soltou e caiu ali, não permitindo que se usasse a água do tanque que se perderia inundando o poceto do barco.
Entrei uma primeira vez no paiol para planejar bem e depois entrei com FÉ e consegui pegar a mangueirinha com a mão esquerda, me virando 180graus e passando para mão direita consegui alcançar o habitáculo de onde ela escapou, empurrando devagarinho até que ela saísse por inteiro.
De quebra ainda tirei várias fotos do interior do paiol, inclusive descobri um alto-falante inoperante e desnecessário que foi prontamente retirado após 10 minutos de briga com a 'porquinha' que teimava em não querer sair...mas saiu!! Ufa!!
Devo ter ficado uns 30 minutos lá dentro. Confesso que saí esgotado, mas satisfeito!! Não precisou chamar os Bombeiros!!
Depois, 'já que' estava tudo no cockpit, comecei a dar jeito em tudo, retirando a âncora Danforth cuja única garantia é a ferrugem e mais outras tralhas inúteis que vamos acumulando.
Limpei o nicho do bujão de gás e fiz uma pequena mas necessária gambiarra no chuveirinho até que eu consiga comprar outro. Mas está funcionando e isso é que importa.
Depois entrou uma Lestada bem forte, creio que uns 15 nós e foi difícil até sair com o bote.
Por hoje é só.
E, num Lampejo voltaremos!!
Lestada de 'responsa' no Itaguá
Faina da mangueirinha


quinta-feira, 14 de maio de 2020

UM QUASE ACIDENTE !!


Parafuso que trava a retranca no 'Garlindéu'sem a porca que trava.



Troca de cabos de rizos da 'valuma' e da 'testa' da Mestra

Baterias que serão trocadas









Caros Tripulantes: na terça, 12 de maio, fui ao Lampejo para algumas manutenções que em época de pandemia, são as possíveis de se fazer.
De início, abasteci com óleo diesel o tanque do Lampejo, ficando agora com autonomia de 28 litros o que deve dar umas 20 horas de navegação. Claro, dependendo das condições de vento e mar.
Fiz o Yanmar funcionar durante uns 30'. Tudo ok!!
Aí comecei a trocar os cabos dos 'rizos' da testa e da valuma da vela Mestra.
Faina meio chata de se fazer sozinho, mas consegui. O 'filame' do Lampejo está meio velho e poído. Nada que preocupe, contudo, são de mesma cor, o que dificulta inclusive prá mim, então lá fui eu fazer a troca.
Folguei todo conjunto do 'lazyJack' , emendei cabos velhos nos novos e comecei a puxar daqui, caçar dali, vai no mastro, sobe a mestra inteira, começa a ventar bem nessa hora, solta stopper, morde escota, até que percebi que o parafuso que trava a retranca no GARLINDÉU estava preso por 2 cm .
Prestes a cair. Se estivesse velejando, ele cairia ao dar o primeiro bordo. Isso no mínimo causaria uma vela mestra rasgada e dependendo do vento, consequências mais graves....
De início pensei em substituir por outro mais fino, mas consegui achar uma porca que servia no pino travante e apertei ao modo húngaro.
Pronto para velejar novamente.
Tirei algumas medidas dos 'nichos' onde ficam as baterias de serviço e partida, porque a ideia é trocar essas por outras estacionárias e acrescentar um painel solar para tornar o barco auto suficiente de energia.
E, num Lampejo voltaremos!!









sexta-feira, 8 de maio de 2020

BURRO TELESCÓPICO E PERNOITE COMPLICADO










Caros Tripulantes: voltei ao Lampejo para instalar o 'burro telescópico' original do barco. Foi tranquilo, mas agora tenho que velejar para testar se está tudo correto.
A retranca dessa forma não cai sobre o 'bimini' ao descer a vela mestra, assim o 'amantilho' pode ficar folgado sendo desnecessário qualquer ajuste.
Também troquei uma manilha chata do estai de popa por outra mais 'parruda' já que é item de importância na ancoragem do estai de popa.
A noite prometia ser agitada porque a previsão era de ventos fortes em razão de uma frente fria que vinha do Sul.
Então, tirei o motor Mercury 3.3 do bote e coloquei no Suporte , amarrei o bote à BE do Lampejo como costumo fazer (prefiro dessa forma do que deixar na popa onde judia demais do inflável), pela proa e popa do bote, assim ele não fica chicoteando.
Enrolei e prendi a capa sobre o convés.
Tudo pronto, a noite veio já com o friozinho de outono, 8, 9, 10 horas e tudo calmo..... e eu pensei que a 'frente fria' ocluiu para o oceano, cheguei a cochilar depois de jantar e fumar um cachimbo, quando por volta de 23:30 h o show começou!!
Ventava demais e com rajadas mais fortes ainda. As rajadas chegaram a 41 nós, a capa voou do casario para o cockpit e junto com ela uma cascata de água se formou, me obrigando a amarrá-la com os próprios elásticos e prender tudo no 'traveller', que deu super certo.
A água parou de escorrer para dentro da cabine e eu ainda conseguia olhar prá fora da cabine a força da natureza.
Não havia grandes ondas porque o vento entrava pelo Sul e o Itaguá é parcialmente abrigado de Sul.
O Lampejo adernava na poita. Tive que sair no cockpit para prender o leme 'a meia' porque ele estava amarrado a BE e fazia o barco embicar para BB nas rajadas mais fortes.
Feito isso, melhorou um pouco a vida a bordo, apenas tive que trocar de roupa já que fiquei inteiro encharcado em poucos minutos lá fora.O barco tremia todo a cada rajada e confesso que agradecia estar preso à poita.
Ventou muito até 4 h da manhã, quando enfim foi acalmando e consegui dormir um pouco.
Dia seguinte, garoa e tempo nublado. Mar calmo, verifiquei a amarração, juntei minhas coisas e fui prá casa.
Num Lampejo estarei de volta!! Até lá...!