PROPOSTA EM UM 'LAMPEJO'

Este Blog tem por finalidade servir como um "Diário de Bordo" do Veleiro Lampejo. Passeios, viagens, velejadas, manutenções e dicas a respeito do barco, um DELTA 26 e sobre a região do Litoral Norte/SP, Paraty, Angra dos Reis, Ilha Grande e Rio de Janeiro.
Assim como no blog anterior veleirogaipava.blogspot.com.br , durante 10 anos, espero que este sirva de estímulo às pessoas que desejam entrar nesse maravilhoso mundo da Vela de Cruzeiro.
Uma ressalva: 'O ministério da Saúde adverte: velejar causa dependência!!'
BONS VENTOS!!

terça-feira, 26 de março de 2024

Troca das mangueiras Yanmar

 Caros tripulantes: finalizando a manutenção do motor Yanmar, dessa vez foi a troca das mangueiras de arrefecimento e das mangueiras de combustível e retorno.











Foi feita também a instalação de uma “perinha” para ajudar a mandar diesel para a bomba caso seja necessário. 


A tampa da bomba de água salgada também foi substituída.

O paiol foi reorganizado. E haja Dorflex!! 

Agradecimento ao Rafael da RAFAMEC. 

Investimento: R$2309,00

E num Lampejo voltaremos!! 





domingo, 17 de março de 2024

AOS PÉS DOS ARAUTOS

 

Caros tripulantes: era uma previsão de uma semana de sol e ventos, então lá fomos nós, eu e o Lampejo para mais uma velejada solo pela nossa linda costa. 

A ideia era ir até a Enseada de Maranduba onde fica o 'Arautos do Evangelho' no alto do morro, limite de município com Caraguatatuba e onde ainda se celebram missas com roupas 'medievais' e em latim. 

Logo abaixo ficam a Praia do Pulso e Cassandoca. Barco preparado na terça, na quinta fui com toda tralha logo cedo de taxiboat e rapidamente zarpei com motor Yanmar ligado e uma leve brisa, contudo ao largar a poita fui dar ré e não engatou. Então dei avante e engatou direitinho e então fui motorando até a Ponta Grossa já pensando que tinha alguma coisa errada....montei a dita cuja e com vento fraco desliguei o motor e fui velejando vagarosamente com alguma ondulação com amuras a Boreste.







Cheguei bem na Ilha Anchieta 15:30h e fundeei na vela na batimétrica de 5 m.e fui fazer um 36 com maionese, abóbora refogada, ovo cozido e filé de frango. Minha Imediata não vem mas se faz presente sempre!!!

Então após um mergulho para refrescar, liguei o motor e verifiquei que a ré engatava mas avante não. Liguei para o Rafael, mecânico de motor e combinamos que eu iria à vela no dia seguinte até onde pudesse e lá na Ribeira ele viria ao meu encontro.

Veio a noite e sem motor confiando apenas na âncora o vento persistia só prá me tirar o sono.Algumas rajadas mais fortes assobiavam, o Lampejo balançava e na minha cabeça já tinha feito o exercício de zarpe caso tivesse que sair dali: recolheria o filame até o limite da profundidade, içaria a Mestra panejando, abriria a Genoa e zarparia até local mais distante com profundidade suficiente pra deitar ferro. Ainda bem não foi preciso. Acabei dormindo de cansaço 1 da madrugada e acordei cedo pra esperar o vento (que soprou a noite) e me levar até a Ribeira. 


O ventinho apareceu, de novo uma leve brisa suficiente prá fazer o Lampejo deslizar pela enseada e passar o boqueirão.Já tinha tomado café e corri prá suspender o ferro e já com a Mestra içada, abri a Genoa e fomos indo sem necessidade de bordejar. Passamos o boqueirão e em seguida deu uma rondada típica do morro dividindo o pouco vento. Jaibe daqui, bordo dali e consegui o ângulo certo prá passar pelo Flamengo e fundear logo antes do Canal para o lado da rodovia onde havia mais espaço.


Logo apareceu o Rafael e me rebocou até uma poita e verificou o problema. Na base da rabeta por onde passa o cabo da embreagem, havia uma alça de metal que devido à vibração do motor, havia se soltado.  ele retirou a peça e providenciou a troca dos parafusos por outros travantes e resolveu a questão. Eu achava que fosse no manete o problema, por isso não abri o compartimento do motor. 






Problema resolvido, pude permanecer na poita o dia todo descansando na sombra da cabine. Ainda mergulhei pra refrescar. E assim passei o dia agradável e descansando da noite anterior. Aliás, dormir na Ribeira é como dormir em Paraty. 





Dia seguinte, preparei para zarpar e por volta de 7:45h larguei a poita e fui saindo motorando em direção a Ilha do Mar Virado e Maranduba. Mestra em cima, mar de azeite, Yanmar a 4 nós e a Ilha do Mar Virado se aproximava..... !0 h já estava dentro da enseada e já avistava o Castelo Medieval do 'Arautos". Muitas lanchas enormes faziam marolas de mais de 1 metro. Cheguei o mais perto que pude da Ilha de Maranduba e estava satisfeito de conhecer por mar mais um lugar que ainda não havia chegado.




Então iniciei a volta com ventos um pouco melhores com amuras a BE numa velejada gostosa como ainda não havia acontecido desde o início. Mas, o pior estava por vir.....à medida que me aproximava do boqueirão o vento ia merrecando, mas estava no rumo certo prá passar 'no sopro'.... só não contava com as lanchas e escunas que apareceram (e aí me dei conta do meu erro grotesco) que deixaram o Lampejo aquartelado, sem vento e sem seguimento. Deveria prever...... Velejar é se antecipar e eu não fiz isso já que estava certo de conseguir...Então ao ligar a chave de ignição devo ter forçado e o motor ligou mas deu um curto e a luz da rabeta acendeu. Não tinha tempo pra perder então acelerei o que pude e fundeei no meio da enseada afastando o risco das pedras. Fui desligar o motor e o botão não funcionou....Tive que retirar TUDO de dentro do paiol e desligar no botão laranja de emergência. Barco no ferro, motor desligado, adrenalina baixando e comecei a procurar soluções. Tornei a ligar o motor e a luz da rabeta permaneceu acesa. Fui nos paineiros e não havia água, ou seja, a luz acendeu por pane elétrica. Mas o motor só desligava de dentro do habitáculo e eu não queria deixar ligado com medo de um curto de maiores proporções. Resultado: resolvi seguir à vela.Suspendi o ferro com Mestra em cima, abri a Genoa e boralá!!  E assim fiquei tentando sair detrás da Anchieta com algumas lufadas sem conseguir. Já estava decidido a pernoitar na ilha e esperar o dia seguinte.Depois de quase 2 horas boiando, não queria arriscar 6 milhas no través da Praia Grande com ondulação de 1 metro me jogando prá praia sem vento. Não!! Essa era a última das opções!! 

Foi então que liguei o motor novamente e a luz da rabeta se apagou e não acendeu mais. Teria aquecido, pane elétrica? então resolvi ir no motor a 3,5 nós e pegaria a poita e desligaria no botão de emergência. 


Vim sem problemas, mas preocupado pois ainda não sabia o que tinha acontecido e alerta a qualquer fumaça do motor ou do painel. 

Cheguei na poita 16h aliviado e pasmem, premi o botão e o motor desligou como se nada tivesse acontecido. Acho que ao forçar a chave prá ligar na pressa, devo ter feito força demais e deu aquela pane....agora antes de sair de novo vou testar diversas vezes e ver se acontece de novo. 

Arrumei tudo e fui pra casa cansado e me questionando algumas coisas.....

Foram 9 MN até a Anchieta. 3 MN até a Ribeira. 9 MN até Cassandoca . 9 MN até o Boqueirão. 10 MN até o Itaguá. 

Total de 40 MN navegadas. 

E, num Lampejo voltaremos!! 

segunda-feira, 4 de março de 2024

REVISÃO MOTOR YANMAR

 






Caros tripulantes: hoje foi dia de fazer a revisão geral no motor do Lampejo, um Yanmar 2YM15 diesel. A última revisão foi em 2021.

O Rafael da Rafamec veio logo cedo com seu ajudante, Eric e já foram desmontando tudo. Eram vários itens entre eles correias do alternador, da bomba d’água, rotor, retentor, óleo do motor, filtros de óleo, combustível, ar, Racor, limpeza do circuito de arrefecimento, troca do fluído, pintura, etc…











O sistema de arrefecimento foi sangrado 3 vezes com água doce e depois foi preenchido com fluído no motor e no reservatório. Amanhã é dia de limpeza 🧹 🪣🧼. 

E testar tudo com mais calma. 

Custo: R$3.149 com tudo incluído. 

E num Lampejo voltaremos!!