PROPOSTA EM UM 'LAMPEJO'

Este Blog tem por finalidade servir como um "Diário de Bordo" do Veleiro Lampejo. Passeios, viagens, velejadas, manutenções e dicas a respeito do barco, um DELTA 26 e sobre a região do Litoral Norte/SP, Paraty, Angra dos Reis, Ilha Grande e Rio de Janeiro.
Assim como no blog anterior veleirogaipava.blogspot.com.br , durante 10 anos, espero que este sirva de estímulo às pessoas que desejam entrar nesse maravilhoso mundo da Vela de Cruzeiro.
Uma ressalva: 'O ministério da Saúde adverte: velejar causa dependência!!'
BONS VENTOS!!

quarta-feira, 24 de abril de 2024

MARCELO 'CB' NO LAMPEJO

 

Caros tripulantes: depois de muitas tentativas, dessa vez deu certo e o Marcelo CB veio pra Ubatuba velejar no Lampejo. Dia 21, domingo embarcamos levando inclusive o bote inflável pois pretendíamos descer na Ilha Anchieta. Tudo arrumado, fui explicando como tudo funcionava já que era a primeira vez dele num barco de oceano.



Como mostra o vídeo acima, coube a ele levantar a Vela Mestra para zarparmos, largando a poita por volta de 11 horas com destino a Ilha Anchieta . O vento era de Sudeste de fraco a moderado, mas saímos a motor para teste de mar após as revisões realizadas. Logo desligamos o Yanmar, abrimos a Genoa  e  montamos a Ponta Grossa, e já avistávamos a Anchieta, Palmas e Cabras. Ainda havia 6 milhas a percorrer. O dia era de sol, calor, mar com pequena ondulação, mas nada que preocupasse. 


No través da Praia Grande o vento merrecou então resolvemos motorar até lá, onde chegamos e jogamos o 'ferro' na isobatimétrica de 5 metros pois era uma boa lazeira para pernoite. 

Aí fizemos lanche, cervejinha, enrolado de presunto e queijo e muito 'papo de popa'. 



À noite, balançou um pouco até 23 h. mas depois alisou o mar, o vento acabou e tivemos uma noite tranquila. Uma Lua linda iluminou mar e montanhas ao redor.


Dia seguinte zarpamos cedo com destino ao Saco da Ribeira pra mostrar a comunidade náutica desse lugar mágico. Pedi para o CB suspender a âncora o que ele fez direitinho.


Saímos motorando após suspender e passamos pelo boqueirão, Flamengo, entramos pelo canal e em seguida parei pra abastecer no flutuante BR com Diesel Verana.



Em seguida seguimos novamente pra Ilha Anchieta onde fundeamos novamente, pusemos o bote inflável na água e fomos remando por uns 300 metros e levei o CB conhecer a Ilha e o Presídio Anchieta que foi extinto após revoluções sangrentas na década de 1950. Passeio imperdível!!!










Guruçá ou 'maria farinha'


Tripulação afinada

Lampejo devidamente enquadrado

Retornamos ao Lampejo, subimos o bote de novo no convés, suspendemos a âncora e fomos indo motorando até a Ilhota das Cabras onde abrimos Genoa, desligamos o motor e fomos indo numa velejada gostosa, suave, com ventos de 5 a 8 nós, chegando na poita 17 h. 

A ideia inicial era pernoitar essa última noite na Praia da Almada, mas não daria tempo suficiente, então achei melhor voltar pra poita e no dia seguinte dar uma velejada dentro da enseada ensinando o CB todas as manobras de condução do barco. Ele ficou no leme bastante tempo e fez todas as manobras e trimagens possíveis. 


Primeiro eu fiz algumas vezes e depois ele fez tudo certinho. Aprende rápido. Não é tão fácil como parece e ainda sendo a primeira vez, foi super bem!! São diversos movimentos em sequência e se um falhar, as velas 'aquartelam' e o barco para podendo causar desconforto e até acidente a bordo. Fizemos bordos, jaibes, capeamos, orçamos, arribamos, fundeamos, suspendemos, adernamos, tudo enfim .....






Cruzamos com o veleiro GreenCoast com suas bonitas velas vermelhas diversas vezes nos filmando mutuamente e colorindo a água azul do Itaguá. 


Por volta de 13:30h pegamos a poita, começamos a arrumação, afinal foram 3 dias embarcados, descendo pra terra apenas por pouco mais de 1 hora na ilha Anchieta. Taxiboat veio nos buscar 15:50h.
Foram 3 dias de vento, vela, sol, mar, ensinamentos e muita risada e diversão. 
Agradecimento especial à Maria que sempre nos dá o suporte necessário e carinhoso.
Navegamos por volta de 26 milhas náuticas sem nenhum problema ou perrengue. 
E, num Lampejo voltaremos!! 


segunda-feira, 15 de abril de 2024

SUPORTE MOTOR POPA VERNIZ






 Caros tripulantes: o suporte do motor de popa (usado no bote de apoio) do Lampejo há muito tempo pedia um “talento”.

Comprei lixa, verniz, água raz, pincel e disposição. Rapidinho fiz tudo e recoloquei no seu devido lugar.

Investimento: R$90,00

E num Lampejo voltaremos!!! 

terça-feira, 26 de março de 2024

Troca das mangueiras Yanmar

 Caros tripulantes: finalizando a manutenção do motor Yanmar, dessa vez foi a troca das mangueiras de arrefecimento e das mangueiras de combustível e retorno.











Foi feita também a instalação de uma “perinha” para ajudar a mandar diesel para a bomba caso seja necessário. 


A tampa da bomba de água salgada também foi substituída.

O paiol foi reorganizado. E haja Dorflex!! 

Agradecimento ao Rafael da RAFAMEC. 

Investimento: R$2309,00

E num Lampejo voltaremos!! 





domingo, 17 de março de 2024

AOS PÉS DOS ARAUTOS

 

Caros tripulantes: era uma previsão de uma semana de sol e ventos, então lá fomos nós, eu e o Lampejo para mais uma velejada solo pela nossa linda costa. 

A ideia era ir até a Enseada de Maranduba onde fica o 'Arautos do Evangelho' no alto do morro, limite de município com Caraguatatuba e onde ainda se celebram missas com roupas 'medievais' e em latim. 

Logo abaixo ficam a Praia do Pulso e Cassandoca. Barco preparado na terça, na quinta fui com toda tralha logo cedo de taxiboat e rapidamente zarpei com motor Yanmar ligado e uma leve brisa, contudo ao largar a poita fui dar ré e não engatou. Então dei avante e engatou direitinho e então fui motorando até a Ponta Grossa já pensando que tinha alguma coisa errada....montei a dita cuja e com vento fraco desliguei o motor e fui velejando vagarosamente com alguma ondulação com amuras a Boreste.







Cheguei bem na Ilha Anchieta 15:30h e fundeei na vela na batimétrica de 5 m.e fui fazer um 36 com maionese, abóbora refogada, ovo cozido e filé de frango. Minha Imediata não vem mas se faz presente sempre!!!

Então após um mergulho para refrescar, liguei o motor e verifiquei que a ré engatava mas avante não. Liguei para o Rafael, mecânico de motor e combinamos que eu iria à vela no dia seguinte até onde pudesse e lá na Ribeira ele viria ao meu encontro.

Veio a noite e sem motor confiando apenas na âncora o vento persistia só prá me tirar o sono.Algumas rajadas mais fortes assobiavam, o Lampejo balançava e na minha cabeça já tinha feito o exercício de zarpe caso tivesse que sair dali: recolheria o filame até o limite da profundidade, içaria a Mestra panejando, abriria a Genoa e zarparia até local mais distante com profundidade suficiente pra deitar ferro. Ainda bem não foi preciso. Acabei dormindo de cansaço 1 da madrugada e acordei cedo pra esperar o vento (que soprou a noite) e me levar até a Ribeira. 


O ventinho apareceu, de novo uma leve brisa suficiente prá fazer o Lampejo deslizar pela enseada e passar o boqueirão.Já tinha tomado café e corri prá suspender o ferro e já com a Mestra içada, abri a Genoa e fomos indo sem necessidade de bordejar. Passamos o boqueirão e em seguida deu uma rondada típica do morro dividindo o pouco vento. Jaibe daqui, bordo dali e consegui o ângulo certo prá passar pelo Flamengo e fundear logo antes do Canal para o lado da rodovia onde havia mais espaço.


Logo apareceu o Rafael e me rebocou até uma poita e verificou o problema. Na base da rabeta por onde passa o cabo da embreagem, havia uma alça de metal que devido à vibração do motor, havia se soltado.  ele retirou a peça e providenciou a troca dos parafusos por outros travantes e resolveu a questão. Eu achava que fosse no manete o problema, por isso não abri o compartimento do motor. 






Problema resolvido, pude permanecer na poita o dia todo descansando na sombra da cabine. Ainda mergulhei pra refrescar. E assim passei o dia agradável e descansando da noite anterior. Aliás, dormir na Ribeira é como dormir em Paraty. 





Dia seguinte, preparei para zarpar e por volta de 7:45h larguei a poita e fui saindo motorando em direção a Ilha do Mar Virado e Maranduba. Mestra em cima, mar de azeite, Yanmar a 4 nós e a Ilha do Mar Virado se aproximava..... !0 h já estava dentro da enseada e já avistava o Castelo Medieval do 'Arautos". Muitas lanchas enormes faziam marolas de mais de 1 metro. Cheguei o mais perto que pude da Ilha de Maranduba e estava satisfeito de conhecer por mar mais um lugar que ainda não havia chegado.




Então iniciei a volta com ventos um pouco melhores com amuras a BE numa velejada gostosa como ainda não havia acontecido desde o início. Mas, o pior estava por vir.....à medida que me aproximava do boqueirão o vento ia merrecando, mas estava no rumo certo prá passar 'no sopro'.... só não contava com as lanchas e escunas que apareceram (e aí me dei conta do meu erro grotesco) que deixaram o Lampejo aquartelado, sem vento e sem seguimento. Deveria prever...... Velejar é se antecipar e eu não fiz isso já que estava certo de conseguir...Então ao ligar a chave de ignição devo ter forçado e o motor ligou mas deu um curto e a luz da rabeta acendeu. Não tinha tempo pra perder então acelerei o que pude e fundeei no meio da enseada afastando o risco das pedras. Fui desligar o motor e o botão não funcionou....Tive que retirar TUDO de dentro do paiol e desligar no botão laranja de emergência. Barco no ferro, motor desligado, adrenalina baixando e comecei a procurar soluções. Tornei a ligar o motor e a luz da rabeta permaneceu acesa. Fui nos paineiros e não havia água, ou seja, a luz acendeu por pane elétrica. Mas o motor só desligava de dentro do habitáculo e eu não queria deixar ligado com medo de um curto de maiores proporções. Resultado: resolvi seguir à vela.Suspendi o ferro com Mestra em cima, abri a Genoa e boralá!!  E assim fiquei tentando sair detrás da Anchieta com algumas lufadas sem conseguir. Já estava decidido a pernoitar na ilha e esperar o dia seguinte.Depois de quase 2 horas boiando, não queria arriscar 6 milhas no través da Praia Grande com ondulação de 1 metro me jogando prá praia sem vento. Não!! Essa era a última das opções!! 

Foi então que liguei o motor novamente e a luz da rabeta se apagou e não acendeu mais. Teria aquecido, pane elétrica? então resolvi ir no motor a 3,5 nós e pegaria a poita e desligaria no botão de emergência. 


Vim sem problemas, mas preocupado pois ainda não sabia o que tinha acontecido e alerta a qualquer fumaça do motor ou do painel. 

Cheguei na poita 16h aliviado e pasmem, premi o botão e o motor desligou como se nada tivesse acontecido. Acho que ao forçar a chave prá ligar na pressa, devo ter feito força demais e deu aquela pane....agora antes de sair de novo vou testar diversas vezes e ver se acontece de novo. 

Arrumei tudo e fui pra casa cansado e me questionando algumas coisas.....

Foram 9 MN até a Anchieta. 3 MN até a Ribeira. 9 MN até Cassandoca . 9 MN até o Boqueirão. 10 MN até o Itaguá. 

Total de 40 MN navegadas. 

E, num Lampejo voltaremos!!